Voltemos ao pedido de João Pires de Almeida Taques, agora por completo,
L.19,Fls.121 v,c.1766 : “Uns campos na paragem chamada Rio Pardo além
do dito rio no novo caminho que se abriu para a Praça de Iguatemy, em
tempos povoados por João Álvares de Araujo até a chamada Três Pontes
que está na estrada do novo para a dita praça, os quais campos terão
três léguas de comprido correndo rio acima até o fundo dos ditos
campos, atravessando restingas e capões e da outra parte da estrada
correndo rio abaixo até o fim dos ditos campos que terão de largo duas
léguas pouco mais ou menos pelo meio dos quaes campos passa a dita
estrada nova que vai para a dita povoação e juntamente todas as
restingas que acompanham o dito rio Pardo da parte daquem e dalem, os
quaes capões e restingas confinam nos ditos campos e na largura servindo
de meta o dito rio Pardo da parte daquem e dalem a dita paragem chamada
Três Pontes”.
Havia então um local chamado Três Pontes, que se
imagina fosse junto ao rio Três Pontes, nome antigo do rio Palmital. E
sabemos que o Palmital chamava Três Pontes pela escritura de demarcação
da Fazenda Três Pontes, de Matheus Gomes Pinheiro Machado, que a obtivera
por doação de seu pai José Gomes Pinheiro. Tal escritura foi lavrada em
25.12.1855. Bem mais adiante trataremos dela.
Uma interpretação que não
se choca com a posterior localização de terras, na mesma região, seria
a seguinte: as terras de João Pires ficariam à esquerda, entre os rios
Claro e Três Pontes (Palmital). As de João Álvares ficariam à direita,
mais para as bandas da atual Pratânia, mas acompanhando o rio Claro, como
testada, até encontrar as terras de João Pires. A gleba de Antonio de
Almeida Taques se intrometeria entre ambas. Veremos posteriormente que as
terras localizadas entre o Três Pontes e o Pardo, foram obtidas por José
Gomes Pinheiro, c.1816, aí fundando então a Fazenda Três Pontes, doada
depois a seu filho Matheus. Vide mapa A4.