26 - O  DOMINGÃO

 

              Simplesmente Domingão. Em seu tempo, o homem mais conhecido em Botucatu e redondezas: Domingos Gonçalves de Lima. Chefe de conceituada e enorme família. Que há mais de um século vem povoando Botucatu. Seu nome figura numa rua da Vila dos Lavradores, mas sempre como DOMINGÂO Gonçalves de Lima. E o seu vulto, justificava a alcunha.

               Mineiro. De Diamantina. Da terra de Juscelino Kubitschek. Nasceu em 1829. E faleceu em Botucatu aos 21 de junho de 1916, com 87 anos de idade. Foi um verdadeiro patriarca. Muito moço, em sua terra natal, casou-se com a senhora D. Carolina de Oliveira Lopes, chegando a ter oito filhos. Tendo enviuvado, transferiu residência para Botucatu, onde grande era a “colônia” mineira.  Aqui  consorciou-se com a Sra. D. Gertrudes Olympia da Silveira, de cujo matrimonio teve sete filhos. Lavrador, espírito bandeirante, abriu fazendas, delas me lembrando da “Tanquinho” e “Córrego Fundo”. Tornou-se político, respeitado e prestigioso. Dono de grande eleitorado. Vinte e poucos anos antes de falecer, sofreu amputação da perna direita, em conseqüência de um acidente. Mesmo assim, continuou em intensas atividades, batalhando pelo progresso da terra que o recebera. Ele e seu cunhado Coronel Fonseca, foram nomes de projeção no Velho Botucatu, bem como o sobrinho Domingos Soares de Barros.

             No Almanak de Botucatu, editado pelo jornalista maranhense Augusto de Magalhães ( 1920 ), a respeito de Domingão, há esta apreciação: “ Foi um dos beneméritos de Botucatu. Concorreu para os melhores progressos do lugar, como fundação do Bispado, da Casa de Misericórdia, Catedral, etc... Era dotado de grande alma e exemplaríssimo chefe de família.

             Domingos Gonçalves de Lima, do seu primeiro matrimônio, com dona Carolina de Oliveira Lopes, deixou os seguintes filhos: Joaquim Leandro de Oliveira, José Gonçalves Simões, Firmino Gonçalves de Lima, Maria Gonçalves de Barros, Francisca de Oliveira Matozinho, Júlia Gonçalves de Barros e Lino Gonçalves de Oliveira.

             Do seu consórcio com dona Gertrudes Olímpia da Silveira, em segundas núpcias, deixou os filhos: Eliza Soares Campanhã, casada com Adolfo Campanhã; Francisco Gonçalves de Lima; Julio Gonçalves de Lima; Sebastião Gonçalves de Lima e Antonia Gonçalves Guerra, casada com Alfredo Guerra.

               Dona Olímpia, quando se casou com Domingão, já era viúva de José Joaquim de Barros, de quem houvera os seguintes filhos: José Antonio Gonçalves de Barros, Joaquim Gonçalves de Barros, Ana Olímpia de Oliveira, Maria Gonçalves de Lima, Joana Gonçalves Simões e Gertrudes Gonçalves Brandão.

              Quando essa filharada ganhou idade de casar, deu-se um fato interessante. Os filhos de Domingão, do seu primeiro matrimonio, começaram a se casar com os filhos de dona Olímpia, em primeiras núpcias. Assim, vemos o seguinte: José Gonçalves Simões, casou-se com Joana Gonçalves; Firmino, casou-se com Maria Gonçalves de Lima; Maria, casou-se com Joaquim Gonçalves de Barros; Júlia, casou-se com Antonio Gonçalves de Barros; Joaquim Leandro, casou-se com Ana Olímpia de Oliveira.

             Até aí não havia consangüinidade. Depois, ao que me informaram alguns descendentes de Domingão, começaram os casamentos entre tios e sobrinhos, primos com primos. Em várias gerações, ficou uma confusão, que os Gonçalves de Lima, Gonçalves de Barros, Gonçalves Simões, Gonçalves de Oliveira, Gonçalves Guerra e outros, sentem dificuldades para explicar o parentesco.

              Domingão foi mesmo um verdadeiro patriarca, pois seus descendentes, várias centenas, estão aí, atestando a vitalidade do tronco mineiro que na terra bandeirante deu árvore frondosa e frutuosa. Em outros capítulos destas evocações, aos poucos, irei falando da gente de Domingos Gonçalves de Lima, O DOMINGÃO. Para abrigar sua filharada, Domingão residia no casarão onde está a Farmácia do Lacerda e reside Primo Paganini.

( Correio de Botucatu - 30/08/1970 )


 
<< voltar