41 - A TRIBU DOS PAES DE ALMEIDA
Das mais numerosas é a família Paes de Almeida. É gente da velha cepa bandeirante. Seus ancestrais eram de velhas famílias que povoaram o planalto paulista. Os Paes de Almeida, de Botucatu, são da mesma estirpe daqueles de Araritaguaba, Araçariguama, Itu e Tatuí. Seus descendentes estão espalhados por esse Brasil afora. E apesar de sobrenomes dos mais diversos gentílicos – portugueses, italianos, espanhóis, sírios, suecos e alemães – são bons brasileiros como os Paes de Almeida dos velhos tempos. Pesquisando as origens da minha gente, sangue de bugre e sangue português, remontei aos meus avoengo e cheguei à conclusão de que tinham ligações com os Paes Leme, Almeida Pompeu, Paes de Campos e outros ramos de antigos bandeirantes. O tucháua Antonio Paes de Almeida Pompeu, meu bisavô, radicou-se em Tatuí, onde constituiu família. Deixou larga descendência, que se dispersou pela hinterlandia. Do seu matrimônio com da. Maria das Dôres de Assumpção, sua prima, deixou os filhos : Francisco, José, Pedro, Antonio, Feliciano, que assinavam Paes de Almeida, todos falecidos. Deixou, também, as filhas Marciana Maria das Dôres, Miquelina Maria de Jesus, Emília da Conceição, Ana Maria do Espírito Santo e Rita. Esta, a caçula, era a única que assinava Paes de Almeida. Todas são falecidas. Nos velhos tempos, as mulheres costumavam ser batizadas com nomes de santos. E nem pelo casamento alteravam o sobrenome como hoje se faz, adotando o do marido. É o caso, por exemplo, de da. Mariana, mãe de Agenor Nogueira e avó do Deputado Bráz de Assis Nogueira. Ela era Nogueira, casada com um Nogueira, e seu nome oficial, em todos os atos públicos, até morrer, foi Mariana Honória de São José. Meu bisavô Antonio Paes de Almeida Pompeu faleceu em avançada idade, lá emTatuí, onde há muita gente sua. Pouco sei de sua vida. De sua filharada, aos poucos, irei contando alguma coisa. Será pouca coisa mesmo, pois o povo se dispersou pelo mundo. FRANCISCO PAES, o tio Chico, o mais velho, eu o conheci em São Carlos do Pinhal. Tio Chico, aos oitenta anos ainda trabalhava. Era funcionário postal. Estafeta dos Correios. Faleceu em Barretos, nonagenário, deixando filhos, netos e bisnetos. ANTONIO PAES, o Tonico, residiu longos anos em São Manuel, onde era dono de uma alfaiataria. Do seu casamento com a sobrinha Marica Paes Vieira, deixou muitos filhos. Nenhum reside em Botucatu. FELICIANO PAES, casado com Gertrudes Maria de Jesus, faleceu em Barra Bonita. Assassinado. Deixou os filhos: José, Antonio e Pedro Paes Conceição, que foram ferroviários da Sorocabana e Noroeste, quando das fases de penetração daquelas ferrovias. Deixou, também, uma filha- Leopoldina – que foi casada com Francisco Trindade, Escrivão de Cartório em São Manuel. MARCIANA MARIA, das Dôres ou de Almeida, foi casada com José Daniel, lavrador, sertanista. Nhô Juca Daniel, com os filhos, foi acompanhando a penetração da Sorocabana, no chamado ramal do Tibagy. Moraram em Cerqueira César, Xavantes, Paraguaçu, Presidente Wenceslau. O casal, falecido há tempo, deixou numerosa descendência. Um dos filhos, Laudelino Daniel ( o Láu ) era um aventureiro, no bom sentido da palavra. Láu foi empreiteiro de roças e formação de café. Trabalhou na construção de estradas de ferro, em zonas infestadas de bugres e de feras. Até garimpeiro ele foi. Uma sua filha, Odete Daniel Barbosa, reside em Botucatu, sendo a esposa do Reverendo Humberto Barbosa, Pastor da Igreja Presbiteriana e Professor de Inglês de colégios locais. MIQUELINA MARIA DE JESUS foi casada com João da Silva Franco, “ O Papudo”, assim apelidado por causa do enorme bócio de que era portador. Faleceram em Cerqueira César, sem deixar filhos. EMILIA MARIA foi casada com Felix Alves dos Santos. E enviuvou muito moça. Residiu em Botucatu, onde criou as filhas Francisca ( casada com Osório Paes ) e Maria Antonia ( casada com Joaquim Rodrigues de Moraes ). Entre seus numerosos netos figuram o Prof. Moacyr, Delegado do Ensino Elementar, Sebastião, Inspetor Escolar, Euclydes, ferroviário aposentado, Alcides, Júlia, Cecília, Eugênia, Profa. Maria Emília Paes de Almeida, todos filhos de Ozório Paes de Almeida. MARIA DO ESPÍRITO SANTO casou-se com Rafael Vieira da Silva. Foram os pais de Prudêncio Paes ( famoso pelas suas estripulias com a polícia ), Belmira Paes ( que se casou com o tio Pedro Paes ), Marica ( que se casou com o tio Antonio Paes ) e Ambrozina, que se casou com Luiz Afonso Taborda, gerando os irmãos Taborda, residentes em Botucatu. RITA PAES foi casada com seu primo Antonio Telles da Silva. O casal viveu e faleceu em Tatuí, onde residem os filhos, netos e bisnetos, os Telles tão numerosos naquela cidade. Dos irmãos Pedro e José Paes de Almeida, falarei em outros capítulos, contando o que fizeram aqueles pioneiros, que desde 1860 e poucos, povoaram a cidadezinha que começou com a capelinha de Sant’Anna de Botucatu. (NOTA DOS REVISORES: “DA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES NÃO SE ENCONTROU, ATÉ AGORA, NENHUM DOCUMENTO QUE POSSA GARANTIR A SUA EXISTÊNCIA”, CONFORME O HISTORIADOR JOÃO CARLOS FIGUEIROA NA “A GAZETA DE BOTUCATU” DE 09/04/2004. E NO APÊNDICE 1 DO LIVRO AS PRIMEIRA FAZENDAS DA REGIÃO DE BOTUCATU, NO www.historiadebotucatu.com.br, OS AUTORES TRAJANO CARLOS DE FIGUEIREDO PUPO E PAULO PINHEIRO MACHADO CIACCIA, DEMONSTRARAM QUE EXISTIU UMA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES NA FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO RIO NOVO EM 1861 ( NA LEI N. 63 DE 07/04/1870 QUE CRIOU TAL FREGUESIA, SUPRIMIRAM O “NOSSA SENHORA DAS DORES, POIS NÃO ESTAVA CANÔNICAMENTE INSTALADA, O QUE OCORREU EM 09/08/1870, MAS A FREGUESIA CONTINUOU SENDO CONHECIDA COMO FREGUESIA DE NOSSA SENHORA DO RIO NOVO) ATUAL AVARÉ, E QUE PERTENCIA AO TERRITÓRIO DE BOTUCATU. E POR ERRO HISTÓRICO NO ALMANAK DA PROVÍNCIA DE SÃO PAULO PARA 1873, PÁG. 439, OS AUTORES AFIRMARAM BOTUCATU COMO SENDO “A VILLA DE NOSSA SENHORA DAS DORES DE BOTUCATU”. MAS NÃO EXISTIU ESPECIFICAMENTE UMA CAPELA DE NOSSA SENHORA DAS DORES NO CENTRO DE BOTUCATU, MAS SIM A MATRIZ DE SANT’ANNA, CONSTRUÍDA EM 1845 E PADROEIRA DA FREGUESIA, COMO SOLICITADO PELO CAPITÃO JOSÉ GOMES PINHEIRO, FUNDADOR DE BOTUCATU, EM SUA ESCRITURA DE DOAÇÃO DAS TERRAS PARA O PATRIMONIO DA CAPELLA DE SANT’ANNA DE CIMA DA SERRA. ( Correio de Botucatu – 03/12/1970 )
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