62 - A FAMÍLIA VAROLLI
No último quartel do século passado, era intensa a imigração italiana para o Brasil. Venezianos, calabreses, toscanos, napolitanos, sicilianos, milaneses e outros que tais, começaram a povoar o estado de São Paulo. Aqui, no Velho Botucatu, além dos muitos já mencionados, aportaram os Mazzoni, Garzezi, Longo, Jacóia, Fioravante, Dromani, Vicentini, Butignóli, Gramuglia e outros. No Pardinho, a velha Capela, o número de italianos ( da Baixa Itália, principalmente ), era tão grande, que a vila foi chamada Calábria. Giuseppe Varolli era um italiano de Pontremolli ( Massa-Carrara ). Alfaiate. Ele e os filhos. Casado com dona Anunciadina Varolli. Era pai de Pio, David, Aleixo, Emídio, Maria e Xisto Varolli. Dessa prole, não muito numerosa para a época, resultou enorme descendência. Gente que influiu e continua a influir na vida botucatuense e paulista. Em vários ramos – indústria, comércio, profissões liberais, magistério, funcionalismo público, políticos, etc... os descendentes dos Varolli, verdadeira legião, constituem valores positivos, como será devidamente focalizado. Giuseppe Varolli, depois de longos anos em Botucatu, faleceu aos 16 de outubro de 1888. Em estado de viuvez, pois perdera a esposa ainda na Itália. Foi sepultado no cemitério que havia onde está o Fórum local. Como se vê, o velho italiano, era mesmo do tempo de Dante. Dos filhos, o de nome David, viveu na França. Era Comandante da Marinha Mercante Francesa. O velho lobo do mar está sepultado em Marselha ( França ). Da família não se teve mais notícias após seu falecimento, há muito tempo. Outro filho, o PIO, alfaiate, viera casado da Itália. Trabalhava com os irmãos na alfaiataria do velho “Sarto”. Ela ficava na atual rua Amando de Barros. Num prédio velho, já demolido. Onde se localizou depois, a “Farmácia Pires” onde hoje se constrói o edifício do Banco Bradesco. Pio tinha uma filha casada com um irmão do Padre Ronsini, o famoso vigário da Capela da Aparecida, em São Manuel. Por essa razão, ao falecer, Pio foi sepultado no cemitério da vizinha e conhecida Aparecida de São Manuel. Seus descendentes, filhos e netos, residem em São Manuel e São Paulo. EMÍDIO VAROLLI, também conhecido como Emílio, tornou-se lavrador. Em Itatinga. Eu o conheci, já no fim da vida. Era casado com uma senhora austríaca dona Catarina, da qual teve os seguintes filhos: Maria , Jacob, Anunciadina, Hermina, Adelaide, Rosalina, Angelina, David, Alexandre e José, estes dois últimos falecidos. Dona Maria Varolli Aversa ( por ter se casado com Domingos Aversa ), ficou viúva muito moça. Na pandemia gripal de 1918, a famigerada gripe espanhola, Botucatu, varrida pela doença, teve grande número de mortos. Domingos Aversa, foi das primeiras vitimas fatais. Sua viúva criou os filhos: Antonio ( Nico), casado com dona Isolina Cintra ( Zula ); Angelina, casada com Thomaz Sartori; Ida, viúva de Álvaro Monteiro; Olympia, casada com o Dr. Carlos Guilherme de Campos, Médico residentes no Rio de Janeiro, onde Olympia é Professora do Colégio Pedro II. O Dr. Carlos de Campos é Professor de Física, do colégio padrão do Brasil. Os netos de Maria Aversa, são: Dr. Roberto Sartori, médico e Dr. José Guilherme Sartori, Advogado; Dr. José Carlos Monteiro, Cirurgião Dentista e Dr. Luiz Álvaro Monteiro, Médico; Sérgio e Antonio Carlos Aversa, Contadores. Emídio Varolli e esposa, estão sepultados em Botucatu, onde também foram inumados o genro Cícero Buchignani ( casado com Herminia ), e os filhos José e Alexandre. A filha Anunciadina, residente em Assis, foi casada com o falecido Antonio Gonçalves - TONIJO, conhecido futebolista do passado. As filhas Adelaide ( casada com Waldemar Carvalho Costa ) e Angelina ( casada com Dálio Pampuleo ) residem no Rio de Janeiro, onde, também é morador o David Varolli. Jacob reside em Botucatu. E Rosalina, casada com Cláudio Bismara, reside em Sorocaba. No Rio de Janeiro, há netos e bisnetos do velho Emídio, assim como em Sorocaba e outros lugares. Não é possível mencioná-los, sob pena de omissões e erros. Dona Maria Aversa, muito lúcida, aos oitenta e dois anos de idade, tem 10 bisnetos. Ela conta coisas terríveis do que foi a gripe espanhola. A cidade foi arrasada. Morreu gente demais. Levy de Almeida, o jornalista, a família Pinheiro da Silva e outras foram dizimadas. A Santa Casa, foi insuficiente para abrigar os doentes. E, por isso, a Escola Normal, foi transformada em hospital de emergência. ( Correio de Botucatu – 06/05/1971 )
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