72 - O   CAPITÃO MANÉCO

  

           Figura tradicional do velho Botucatu, foi Manuel Gomes  Pinheiro Machado, o Capitão Manéco, filho do Capitão José Gomes Pinheiro Vellozo. Nasceu em Sorocaba em 1835 e faleceu em Botucatu em 1895, estando sepultado na necrópole local. Fazendeiro, político, Vereador várias vezes. Casado com sua sobrinha Sophia Gomes Pinheiro Machado,  deixou grande descendência. Dos seus filhos, muitos descendentes residem em Botucatu. Dona Sophia, era irmã dos:  Dr. Antonio Gomes Pinheiro Machado, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro; Dr. Ângelo Gomes Pinheiro Machado,fazendeiro em Borebi, Convencional de Itu e Deputado Federal pelo Estado de São Paulo; General José Gomes Pinheiro Machado, Senador pelo Rio Grande do Sul, Chefe do Partido Republicano Brasileiro, assassinado em 1915,no Rio de Janeiro, no decorrer de violenta campanha eleitoral. O Senador Pinheiro Machado, que dominou a política nacional por largos anos, não deixou filhos.

           Da gente do Capitão Manéco, vou falar hoje sobre Jorge Gomes Pinheiro Machado, o Coronel Jorginho,  genro e sobrinho do Capitão Manéco. Jorge Gomes Pinheiro Machado ( Coronel da Guarda Nacional ) nasceu em Lençóis Paulista, em 1866. Seus pais foram o Major Jorge Gomes Pinheiro Machado ( este, filho do Capitão José Gomes Pinheiro Vellozo) e Francisca Brandina de Oliveira Machado . O moço Jorginho, casou-se com a prima-irmã dona Maria Manuela, a popular dona Maricóta. Esta, filha do Capitão Manéco, nascida na fazenda Monte Alegre, hoje da Cooperativa dos Belgas, herdou o temperamento político dos Alvarengas.

           O Coronel Jorginho, que acabou herdando aquele latifúndio, foi fazendeiro e político. Chefiou,  como já contei, o Diretório Hermista, em Botucatu, contra a candidatura Ruy Barbosa. Foi Vereador de 1917 a 1919. Gostava do esporte. Presidiu o Esporte Clube Paulista, grêmio futebolístico que tinha campo no Bairro Alto. Com a morte do presidente, o Esporte Clube Paulista morreu.

           O Coronel Jorginho faleceu em 06/04/1925. Sua viúva faleceu em 26/01/1952, em avançada idade. O casal deixou os seguintes filhos: Sophia, Francisca, Maria Alice, Jorge e Manoel Deodoro, falecidos; a Professora Anna Florisbella ( Bélinha ) e Ruth Pinheiro Biazon, residem em Botucatu. Ainda tiveram Alice e Joaquim falecidos prematuramente.

            A filha Sophia, casou-se com Gontran Pinheiro Machado ( falecido em 1962 ) que era funcionário da fazenda Estadual. Desse casamento nasceram os filhos: Adolfo, Jorge, Gerson, Darcílio e Alice. Ainda tiveram Ulisses, Oraida e Maria Josephina que faleceram prematuramente.

           O Professor  Adolfo Pinheiro Machado ( “sobrinho”, pois seu pai Gontran era irmão de Adolfo Pinheiro Machado, conhecido como Minote) ), foi Professor da Escola Normal de Botucatu, por concurso, e depois Diretor do Instituto de Educação “Dr. Cardoso de Almeida”. Promovido a Inspetor de Ensino Secundário e Normal, transferiu-se para São Paulo, onde se tornou o homem forte  da Secretaria da Educação, encarregado de resolver todos os casos graves e as dificuldades da Secretaria. Aposentou-se não há muito, depois de ter prestado ótimos serviços ao Estado. Também foi ( graças ao seu alto gabarito profissional ) Secretário Geral do Conselho Estadual de Educação. Do seu consórcio com a profa.  Luiza Enedina Faro,  nasceu o filho Dr. Régis, médico na Capital.

           O Prof. Jorge Pinheiro Machado, era Professor de Matemática, no Ensino Médio e no Ensino Profissional, por concurso. Depois, assumiu a Direção da Escola Industrial de Botucatu ( hoje Colégio Técnico ),cargo em que ainda permanece, exercendo atuação notável pela eficiência e disciplina do educandário. Não quis ser Inspetor do Ensino Técnico. Casado com a Professora Dirce Leite de Campos, é pai das professoras Vera Lúcia e Célia Maria Pinheiro Machado.

             Darcílio Pinheiro Machado, jornalista e funcionário público, faleceu há pouco tempo. Casado com dona Helena Tortorella, deixou o filho Gontran, aluno da Faculdade de Filosofia de Botucatu. O Prof. Gerson Pinheiro Machado, é Inspetor do Ensino Técnico Profissional na região de Lins. É casado  com dona Judith Garcez Carvalho, de Lins. A professora Alice Pinheiro Machado, funcionária da Fazenda Estadual, é viúva de José Vicente de Paulo Oliveira, que foi funcionário da Policia de São Paulo.

             O jornalista Manoel Deodoro Pinheiro Machado, dirigiu o “Correio de Botucatu” ( do qual era proprietário ), por largos anos. Foi Prefeito e Vereador à Câmara Municipal de Botucatu. Faleceu relativamente moço. Seu irmão, Jorge, o Gito, casou-se em Piracicaba, onde sempre residiu e faleceu. Dona Maria Alice, casou-se com Diogo César Sampaio, sendo ambos falecidos. Um filho do casal, o Wandick, é alto funcionário do INPS, residindo na Capital.

             Dona Francisca ( Chiquita ) foicasada com Paulo da Silva Coelho, que é Tabelião em São Paulo. Ela faleceu muito moça e  deixou as filhas Cleuza e Chiquita, Professoras. A caçula do Coronel Jorginho é dona Ruth, casada com José Biazon, ferroviário, sendo residentes em Botucatu.

           Todos esses professores focalizados nestas evocações da família Pinheiro Machado, foram meus alunos na velha Escola Normal de Botucatu, hoje Instituto de Educação “Dr. Cardoso de Almeida” ou no Instituto Santa Marcelina.

           Manecão Pinheiro Machado, conhecido promotor de corridas de cavalos e os seus irmãos Paulino, José e Sophia Corina-Sinhá ( filhos do Capitão Manéco ) ou são falecidos ou não mais residem em Botucatu. Uma filha de Manecão, dona Maria Joaquina Pinheiro Machado, casou-se com Manuel Reis. Desse casamento nasceram seis filhas ( trinetas de José Gomes Pinheiro, sendo que uma delas, Zulmira Reis é enfermeira da Misericórdia Botucatuense ).

 

( Correio de Botucatu – 25/07/1971 )

 


 
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